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terça-feira, 5 de junho de 2012

Arrependimentos...

Há pessoas que dizem que se arrependem de muitas decisões que tomam na vida, até existe a expressão "se arrependimento matasse...", eu quando olho para trás (o que acontece muito poucas vezes, porque afinal o que interessa é o que fazemos com o futuro e não aquilo que deixámos de fazer no passado)  penso que existem algumas coisas que poderia ter feito de forma diferente, que poderia ter ido por outro caminho, ter tomado outras opções, mas não existe  existia nada de que me tivesse arrependido verdadeiramente, porque as consequências das minhas escolhas, fossem elas positivas ou negativas, ajudaram-me a crescer, a definir quem sou, aprendi com erros, fui feliz com decisões acertadas...


Tal como escrevi não existia nada de que me tivesse arrependido verdadeiramente até há muito pouco tempo, o meu arrependimento foi o facto de ter adiado a decisão de ter filhos por questões profissionais, achava eu que, tendo em conta as responsabilidades que tinha, não podia ir de licença de maternidade entre Outubro e Fevereiro, logo teria que condicionar a minha maternidade em função disso para não prejudicar a empresa, porque eu era uma profissional responsável e a minha ética não me permitia ter uma gravidez cuja licença fosse cair em alturas chave da atividade. 


Escusado será dizer que o meu marido aceitou a decisão mas achava mal, as pessoas amigas diziam-me que  não fazia sentido, eu na minha própria consciência sabia que não fazia, mas sentia-me moralmente melhor por adiar a decisão para que pudesse estar a dar o meu contributo laboral nos meses críticos, quando fui despedida por ser mais cara percebi que fui uma idiota, claro que aprendi uma valiosa lição: nunca deveremos adiar realizações pessoais ou condicionar a nossa vida familiar em função do nosso trabalho. No final ninguém nos vem agradecer nem dar palmadinhas nas costas, o que perdemos de momentos com aquelas pessoas que vão estar sempre connosco, com a nossa família e o que deixamos de construir a nível pessoal é absolutamente impagável e insubstituível... É óbvio que é o trabalho que nos coloca comida na mesa e nos permite ter o mínimo de estabilidade financeira, mas quando precisamos quem está lá são as nossas pessoas e aquilo que realizamos com elas e por elas não pode ser adiado ou descurado porque não dá jeito a nível profissional!

2 comentários:

  1. Sem dúvida que as decisões mais importantes a nível pessoal não devem ser adiadas por razões profissionais. Ainda assim arrependeres-te de não teres engravidado mais cedo só faz sentido se algum acontecimento fisiológico ou fatídico te impeça agora de viveres esse teu sonho...vai em frente, está na hora!

    É estranho que acredites que foste despedida por ser a mais cara. Talvez isso tenha sido apenas a justificação que te deram para não prestarem as verdadeiras razões de tal decisão...

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    1. Também acredito que uma das razões foi por ser mulher e porque entretanto o mais provável seria precisamente engravidar (uma vez que me tinha casado recentemente e seria o próximo passo) - mas isso não se pode dizer em voz alta.. :)

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