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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ultimo dia de "férias", amanhã desemprego

Hoje é o meu último dia de "férias", amanhã - por coincidência dia do trabalhador! -  irei engrossar os números da taxa de desemprego, que já de si estão bastante gordos a tender para a obesidade mórbida! Talvez ainda esta semana vá para a interminável fila do Centro de Emprego (sinceramente acho que devia chamar-se de CENTRO DE DESEMPREGO, porque nunca os vi atribuir emprego a ninguém e chamar-lhes de EMPREGO não é mais que um eufemismo simpático).


Tenho algum receio do que o futuro me reserva, mas não vou baixar os braços, continuo otimista, apesar de realista,  é absolutamente deprimente ver a forma como o país está a afundar todos os dias, verificar que apenas existe austeridade, aumentos absurdos de impostos, de alimentação, de transportes, de cuidados de saúde, de bens como eletricidade e água, um empobrecimento brutal da população, uma redução abissal do poder de compra de bens essenciais, a situação torna-se a cada minuto que passa mais incomportável e kafkiana... E pergunto-me: 
Que sentido faz a carga fiscal que nos impõem se não são implementadas soluções para empurrar o país para a frente?
Onde estão as medidas para dinamizar a economia? 
Onde está o apoio às empresas? 
Onde está o apoio social do estado ao milhares de famílias carenciadas? 
Onde estão as medidas para aumentar a empregabilidade?
Onde estão medidas para cortar gorduras do estado?
Porque não são julgados e condenados os corruptos deste país?
Porque é que quem nos rouba continua no poder?


Se o objectivo  é reduzir o défice público, todas as medidas de austeridade estão a surtir um efeito contrário absolutamente perverso, se não vejamos alguns exemplos: 

  • Aumenta-se brutalmente os transportes para reduzir o prejuízo das empresas publicas de transportes. Resultado: os transportes perdem mais de 10% dos utilizadores (só o metro de Lisboa perdeu quase tantos passageiros só no mês de Fevereiro de 2012 como em todo o ano de 2011!), ou seja a receita ou mantém-se ou diminui;
  • Aumenta-se o IVA da restauração, os restaurantes ficam cada vez mais vazios, fecham as portas, para além da redução da receita fiscal vinda deste setor aumenta a taxa de desemprego;
  • Aumenta o IVA de vários bens de consumo, as famílias deixam de comprar (a receita não aumenta);
  • Nós contribuintes temos uma carga fiscal tão elevada que o nosso poder de compra reduz drasticamente, reduzindo também a receita do estado (trabalhamos e pagamos segurança social (11%), mais IRS; temos casa pagamos IMI; temos carro pagamos imposto de circulação; comemos, bebemos, temos luz, água, gás pagamos IVA elevado; pomos combustível 58% do valor de cada litro é imposto (IVA+ISP, ou seja imposto a dobrar!), qualquer dia pagamos imposto de respirar!
Não seria mais fácil reduzir a TSU das empresas para as ajudar a manter os postos de trabalho? Melhorar as condições dos transportes para que os utilizadores aumentassem? perante a escalada do preço do petróleo reduzir a carga fiscal para aumentar o consumo e consequentemente a receita? aproveitar a nossa fantástica localização geográfica, com uma percentagem elevadíssima de costa para sermos uma porta de entrada para o resto da Europa (nós não somos a cauda da Europa, somos uma grande receção para o Mundo)? Temos hectares e hectares de terra fértil, produtiva, no Alentejo, com potencial para produção  de alimentos de grande qualidade e a agricultura, com as medidas que se tomaram, foi completamente destruída nas últimas décadas e andamos a importar alimentos que tínhamos capacidade para produzir, o Alqueva é dos espanhóis?!? O que é que estes governos estão a fazer ao nosso país? se já fomos grandes, donos do mundo, o que nos aconteceu para agora sermos os "underdogs"?


Vou "roubar" uma citação que encontrei hoje pelo Facebook que reflete exatamente o estado a que chegou o nosso país :
"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada". Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920).


Nota: Fiz todas estas criticas, mas não faço parte das elevadas estatísticas da abstenção em atos eleitorais. Sou uma cidadã que cumpre o seu dever cívico, como sou descrente nos políticos atualmente no ativo voto em branco, mas voto para mostrar o meu descontentamento, já cheguei a fazer 180km para ir votar em branco, porque defendo que se surgissem 60% de votos em branco os políticos já não poderiam afirmar que os Portugueses se desinteressaram pela democracia, como fazem quando há 60% de abstenção, teriam que parar e colocar a mão na consciência do porquê das pessoas saírem do conforto do seu lar para votar em branco (clarifico que não li o "Ensaio sobre a Lucidez" do grande Saramago, mas já defendia esta "tese" muito antes de o livro sair)


2 comentários:

  1. http://emprego.sapo.pt/emprego/anuncio/711117/tecnico-de-gestao-da-formacao-(mf).htm

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    1. Obrigada a quem me deixou este link, por acaso já tinha respondido a este anuncio, mas sugestões são sempre bem vindas!

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